quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

As coisas das coisas. - The things of the things.



Não falo das coisas que as coisas me

confiam. 

Trata-se de segredo, e como segredo

as trato. 

Ainda que sabendo que não faz sentido

algum chorar quando ninguém me 

sabe chorando, abraçado à solidão  

derramo as minhas lágrimas.


De forma alguma, contrariarei a vontade

das coisas.

Segredo é segredo e se as coisas me 

confiam as suas coisas eu as guardarei

da mesma forma que guardo as lágrimas

que choro escondido.

As noites são longas e frias para aqueles,

que como eu, não tem com que 

compartilhar as suas coisas.


Jamais comentarei, com quem quer que

seja, as coisas que as coisas me contam

em segredo.

Confiança é coisa sagrada, é como o 

amor, como a paixão que, se contrariada

vira desilusão. 

Não!

Jamais desiludirei as coisas que tanto 

confiam em mim.


O Mensageiro - Chuy, 11 de dezembro de 2015


                     $


The things of the things.


I don't talk about the things that the things

confide in me.
It's a secret, and as a secret I treat them.
Even knowing that it makes no sense
to cry when no one knows I'm crying,
embraced by solitude I shed my tears.


In no way will I go against the will of 
the things.
A secret is a secret thing, and if the 
things confide in me, I will keep them in
the same way that I keep the tears that 
I cry in secret.
The nights are long and cold for those 
who, like me, that have no one to 
share their things with.

I will never comment, with anyone, the 
things that the things tell me in secret.
Trust is sacred, it's like love, like 
passion that, if thwarted, turns into 
disillusionment.
No!
I will never disappoint the things that 
trust me so much.

                     $

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Devotos da perversidade. - Devotees of wickedness.

 


Me recuso a acreditar que mentes sanas

deem a luz a pensamentos insanos.

Não!

Definitivamente não creio que aconteça 

de um coração justo se entregar à 

injustiça, e ferir sem misericórdia.


E tu!

Tu, devoto da perversidade, admirador de

mentes pervetidas.  

Tu ser insensível, que em tua devoção

cega não distingue a justiça da injustiça,

um dia serás devorado por este monstro

o qual tanto cultuas. 


Me recuso a crer que mentes sadias 

encontrem paz em um mundo onde a

injustiça dita as regras. 

Me recuso a acreditar que somente eu

esteja ouvindo os gemidos dos 

injustiçados, dos que vivem ao relento.


Não não creio que os devotos do mal, 

aqueles que se alegram diante das 

lágrimas dos injustiçados, não

entendam o quão profunda é a dor

daqueles que sofrem a injustiça.

Não, não creio!


Todas as noite sou acordado pelo 

pesadelo daqueles que vivem o pesadelo

da injustiça.

E o pesadelo dos injustiçados me diz que

o deboche dos devotos da injustiça lhes

doe mais que a própria injustiça que vivem.


Estando cara a cara com tão terrível 

pesadelo dobro os meus joelhos, e em 

oração suplico a Deus por justiça.

Suplico para que o deboche dos devotos 

da perversidade não perturbem o espírito,

angustiado, dos injustiçados.


     O Profeta - Chuy, dezembro de 2025.


                   #


Devotees of wickedness.

I refuse to believe that a healthy minds
give birth to insane thoughts.
No!
I definitely don't believe that it happens
that a righteous heart surrenders to the
injustice, and wounds without mercy.

And you!
You, devotee of perversity, admirer of
perverted minds.
You insensitive being, who in your blind devotion
does not distinguish justice from injustice,
one day you will be devoured by this monster
which you worship so much.

I refuse to believe that health minds find
peace in a world where
injustice dictates the rules.
I refuse to believe that I the only one
to hear the groans of the wronged,
of those who live in the open.

No, I don't believe that the devotees of evil,
those who rejoice at the
tears of the wronged, don't understand
how deep the pain of those who suffer
injustice.
No, I don't believe it!

Every night I am awakened by the nightmare
of those who live the nightmare of the
injustice.
And the nightmare of the wronged tells me that
the mockery of the devotees of injustice hurts
them more than the injustice they experience.

Facing such a terrible nightmare,
I bend my knees, and in a prayer,
I beg God for justice.
I beg that the mockery of the devotees
of wickedness do not disturb the already
anguished spirit of the wronged.

                      %










sábado, 6 de dezembro de 2025

Do céu! - From heaven!

 

Uma linda canção vem do céu.
Canção cheia de emoções, e mensagens
Que falam do nosso Criador, de sua
Beleza, e do seu esplendor.

A canção que ouço vindo do 
Céu, nem todos conseguem ouvi-la, mas
Por certo conseguiriam, se guardassem 
Às palavras das escrituras.

A canção que ouço vindo do Céu, me 
Agasalha com as mais lindas mensagens.
Essas mensagens me falam do nosso Deus.
São mensagem que versam sobre um 
Amor ímpar, um amor que se transforma
Com o tempo, mas nunca acaba.

A canção que ouço vindo do céu é uma
Canção que me lembra do aproximar do
Grande dia, um dia que já não tarda chegar.
Essa canção celestial me ensina que
Somente os que são capazes de ouvi-la, 
Perceberam a chegada do grande dia.

       O Profeta - Chuy, dezembro de 2025.

                 %


From heaven!

A beautiful song comes from heaven.
Its a song full of emotions and messages
That speak about our Creator, speak of
His beauty, and of His splendor.

The song that I hear coming from
Heaven, not everyone can hear it, but
Surely they could, if they kept
The words of the scriptures.

The song I hear coming from Heaven,
Envolvis me with the most beautiful
Messages.
Its is a messages that tells me about our 
God.
Its is a messages that deal with a unique
Love, a love that transforms with time, 
But never ends.

The song that I hear coming from 
Heaven is a song that reminds me of the 
Approaching of the great day, the day 
That is not far off.
This celestial song that I hear comes 
From haven teaches me that only those 
Who are able to hear it, will perceive 
The  arrival of the great day.

                        %


                  



Me causam cismas - Its cause me anxiety.

 

Me causam cismas as lágrimas que,
após vertidas, vem me cobrar
dizendo-se vertidas por mim.
Não, não me culpem por lágrimas
as quais nunca tive a intenção de
causar.

Lágrimas, vertidas por dores não
provocadas, são manifestações
espirituais, são desabrigos, frios
ocasionais.
Me causam cismas as lágrimas
vertidas sem razão se ser.

A paixão não precisa de gestação
para nascer.
Ela simplesmente nasce e seus
frutos quase sempre adoecem, e
não raro matam.
Então as minhas cismas.

Me causam cismas as lágrima 
vertidas por sentimentos que não 
provoquei.
A ilusão é um estado psíquico
cuja vazão é a desilusão.
Me causam cismas.

Também já verti lágrimas que me
causaram cismas.
Vivi paixões que nunca me 
pediram para vivê-las.
Vivi as desilusões, não 
queiram 
saber.

O Mensageiro - Chuy, dezembro de 2025


                  #



Its cause me anxiety.


Tears that, after being shed, come 
to haunt me, claiming to have 
been shed for me, 
its cause me great unease.
No, don't blame me for tears that
I never intended to cause.

Tears shed for unprovoked pain 
are spiritual manifestations, they
are occasional homesickness, 
coldness.
Tears shed without reason cause 
me great anxiety.

Passion doesn't need gestation to
be born.
It simply born and its fruits are
almost always sicken, and not 
infrequently kill.
Then my unease.

Tears shed for feelings I didn't 
provoke cause me great unease.
Illusion is a psychic state
whose outcome is disillusionment.
It causes me unease.

I do also have shed tears that 
caused me great unease.
I have experienced passions 
that I never asked to 
experience.
I experienced disappointments,
you wouldn't want to know.

                #


A dúvida.


Nunca, jamais irei onde a dúvida
sugira que eu vá.
Dos sentimentos paridos por ela,
a dúvida, guardo distância,
observo com a prudência que a
prudência, recomenda, me
resguardo.

Ainda que sem ter grandes
motivos para apontar a dúvida,
me reservo ao direito de recusar
a sua companhia.
Já vivi o bastante para saber que
nada inquieta tanto quanto o
cisma.

Não!
Não aceito os presentes com os
quais a dúvida me presenteia.
Melhor não me deixar envolver,
e cuidar com quem quer me
abraçar.
A dúvida é eterna.

Ainda que no cume da desatenção,
mesmo que cortejado pela solidão,
não tomarei a dúvida por
companhia, nem aceitarei os seus
senãos.
A dúvida é a amante que mais 
rouba a paz de qualquer coração.

O Profeta - Chuy, dezembro de 2025


         @ 


quarta-feira, 26 de novembro de 2025

O teu corpo!



O teu corpo a tua regra, neste momento
o céu estremece, entristece, chora. 
O céu estremece porque é sabido que o 
corpo que ora ocupas não o teu corpo. 
Tu não tem corpo!
O corpo que usas apenas lhe foi cedido
para que viesses para esta vida. 

Ouça-me!
Por acaso não sabes que a tua vida vai
muito além que o "teu corpo"?
Eu te digo!
A vida espiritual é um mistério que não
nos é dado a desvendar, daí  ser preciso
cuidar. 

Sendo espirito ainda experimentarás 
muitas vidas antes do dia do teu 
julgamento final.
Enquanto isto, para cada fase da tua 
evolução espiritual, receberás um corpo
do qual deves muito bem cuidar.
Ore muito, faça orações. 

Se por ventura recebes a missão de
guardar em teu ventre uma outra vida,
guarde-a com todo o zelo.  
Independente da circunstância que esta
vida te foi entregue, não se trata apenas
de mais um corpo, mas sim de um 
espírito. 

Se confusa ore, se depressiva renove a
sua oração e luzes iluminarão o teu 
espírito dando -lhe entendimento e lhe 
trazendo paz.
Guarda, tempestades e tormentas são
parte da nossa jornada enquanto espíritos
em evolução.

Entenda, o teu corpo não é o "teu corpo",
ele não te pertence, e por tudo isto, 
deves cuidar dele de forma a tê-lo bem 
preservado para quando da sua 
devolução ao Criador.
Faz-se necessário que tenhamos 
reverência ao nosso bondoso Deus.

   O Profeta - Chuy, novembro de 2025.

                @ 




terça-feira, 25 de novembro de 2025

O bairro onde cresci.

 

No bairro onde vivi a minha juventude,

um lugar humilde, igual a quadra-2, do 

Setor norte do Gama.

Sim! O Gama! Cidade satélite do DF,

o meu bairro era mais conhecido por

SHIS nova.


No meu bairro havia de tudo, lá tinha

inclusive felicidade, e eu fui muito

feliz vivendo lá.

Naquele tempo todos eram convidados

para as festinhas de fim de semana, era

só chegar e participar.


Na rua em que eu morava, todos sabiam

quando eu estava subindo ou descendo

a rua, pois ninguém arrastava os

chinelos como eu arrastava enquanto

caminhava.

Agora bateu uma saudade bruta.


Foi lá na shis nova que vivi as minhas 

primeiras, e maiores paixões.

Eu vivi a Quinha, a preta, a vera, a

Dunalva, vivi inclusive a Marli.

Eu as vivia, mas nenhuma delas nunca

soube que eram vividas por mim. 


Lá na shis nova, para o grupo que eu

frequentava, as peladas no campinho

de terra eram sagradas.

Os craques do pedaço eram o Raul, o

Catatau, o Ródão, o Beto, o Samir e

o Tadeu, que chegou bem depois.

Jogadores muito disputados.


Eu, com o meu jeitão desengonçado,

fazia parte do grupo dos pernas de

pau, junto com o Robson, com o

Chiquinho, o Guinha, o Jamil, e mais

uma meia dúzia de moleques que só

eram escolhidos por algum time

quando não tinha mais ningue para

ser escolhido. 


O tempo passou e levou cada um de

nós para lugares diferentes, e tudo se

perdeu, acabou.

Há muito não vou na shis norte, e

muitos mais tempo não encontro os

meu colegas, e nem os amigos de

outrora.

Até as velhas paixões recolhidas o

tempo apagou.


O Mensageiro - Chuy, novembro de 2015.

 

                %


sábado, 22 de novembro de 2025

O Cravo

 

Podaram o cravo, arrancaram-lhe suas

flores, arrancaram-lhe a raiz.

Os sorrisos que até ontem sorriam

hoje guardam luto. 

Podaram o cravo, e o inverno

definitivamente começou.


Com o evento do inverno, alma 

alguma se atreve a prever o quão

longo e gélido ele será.

O inverno mal começou e o seu frio

intenso já obriga os viventes a

ficarem reclusos.


De agora até o fim deste inverno os

dias serão cinzentos e tristes. 

O cravo sangra e geme, e os seus 

gemidos enchem os jardins.

Lamenta hortências!

Lamentam os jardineiros. 


O cravo chora, ele chorar e faz chorar

junto com ele olhos que até há pouco,

radiantes, sorriam.

Agora os olhos choram tanto que nem

se dão conta da presença das flores.

Chora rosa!


A esperança é um gosto que não se 

desgosta na presença de mal algum.

Podaram o cravo e ele chora e faz 

chorar olhos que até então sorriam.

Podaram o cravo, que chorem as 

flores, que chorem os jardins.


            O Observador - Chuy, novembro de 2025.


                     

                              #


quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Tempo de tempestades - Stormy Season

 

Ouço trovões, vejo relâmpagos,
vislumbro tempestade no
horizonte.
Então que chova, pois já
sobrevivi a muitas tempestades.

O céu está nublado e as nuvens
muito carregadas.
A situação me recomenda a não
sair às ruas, mas ficar em casa
não resolverá a minha situação.

Diante do medo, abraço a minha
fé, dobro os meus joelhos e faço
uma oração.
O momento não recomenda sair
às ruas sem proteção.

Tudo em minha volta lembra a
tristeza, as lágrimas estão
cansadas de tanto chorar, então
faço outra preces, oro por
aqueles que não sabem orar.

A fúria da tempestade já desabou
sobre muitos tetos onde, agora,
suas vítimas choram.
Eu choro as vidas ceifadas, e a
tristeza que em seu lugar ficou.

O Mensageiro - Chuy, novembro de 2025e

                     @


Stormy Season


I hear thunder, I see lightning,
I glimpse a storm on the horizon.
So let it rain, I have survived many
storms.

The sky is cloudy and the clouds
are very heavy.
The situation advises me not to go
out, but to stay home will not solve
my situation.
 
Faced with the fear, I embrace my
faith, I bend my knees and say a 
prayer.
The moment does not recommend 
to go out without a protection.
 
Everything around me reminds me
of the sadness, the tears are tired 
of to cry, so I say another prayer, 
I pray for those who do not know 
how to pray.

The fury of the storm has already 
fallen on many roofs where, now, 
its victims weep.
I weep for the lives taken, and the
sadness left in their place.

                      @

domingo, 16 de novembro de 2025

O dia se vestiu de cinza.

 

Hoje amanheceu chovendo, e

sempre que me depara com 

manhãs cinzentas como a de

hoje, volto ao triste dia da nossa

despedida.


Por falar em despedidas, onde 

estás, como tens passado?

Ainda hoje, aqui, embaixo da 

casca que esconde a ferida da

nossa despedida, dói. 


Ainda hoje me dói a mesma dor

que senti quando do nosso adeus.

A tristeza daquela manhã 

chuvosa nunca me abandonou,

nunca deixou de doer em mim.


Hoje amanheceu chovendo, e 

sempre que me deparo com 

manhãs como a de hoje, sou 

tomado pela tristeza da nossa 

despedida. 


Hoje o céu se vestiu de cinza e

sombreou o meu dia, calou a 

minha alegria e me fez sentir 

saudades de ti.

O dia amanheceu triste.


O Observador - Chuy, novembro de 2025.


                  &


As coisas das coisas. - The things of the things.

Não falo das coisas que as coisas me confiam.  Trata-se de segredo, e como segredo as trato.  Ainda que sabendo que não faz sentido algum ch...